Dor

Na intimidade de todas as criaturas existe o desejo de ser feliz e de afastar os sofrimentos.

Ninguém gosta de sofrer. Muito menos de chorar. E tem gente que passa boa parte da vida sofrendo e chorando por não entender que dentro de cada um está codificado o que é pré-destinado a viver.  

São variadas as causas dos sofrimentos que inundam as vidas para servir de experiência e, assim, estabelecerem a compreensão. Daí a importância de aceitar e assimilar.

Para entender melhor é preciso saber separar a dor de origem traumática que atinge o corpo físico da dor psicológica originada na complexidade do campo mental. Verifica-se que várias são as formas de dores e que todas têm a ver com a nossa natureza intrínseca e extrínseca em volta do mundo em que deparamos.

Ao que tudo indica a dor física é mais fácil de ser reconhecida e quando surge, na maioria dos casos, são diagnosticadas e tratadas. Já a dor espiritual é incomprensível, exige certa dosagem de vontade interior e ajuda exterior para que possa ser amenizada. Porém, ao contrário da dor física, é demorada à cura total, embora nada impossível.

Em verdade são dores próprias, alimentadas por nossas mentes em função das ações e maneiras pelas quais nos manifestamos, geralmente por atitudes voltadas a satisfazerem os desejos impostos pelo ego. Possuem uma força brutal, vinda de dentro para fora, a fim de terem seus objetivos alcançados a qualquer custo. O preço final são as reações que produzem aflições mentais e geram dores espirituais.

A questão é que todas as dores se unem e se fortalecem. Não existe separação da dor física com a dor espiritual. São unidas e dependentes umas das outras, fato que torna mais complicado a eliminação. Nestes casos os sentimentos passam a ser crônicos. Machuca desde as primeiras horas da manhã até o final da noite.

O maior sofredor na verdade é o nosso coração, razão pela qual é por doenças coronárias o maior índice de mortes. A ciência comprova que a somatização dos sofrimentos oriundos das dores espirituais são os causadores das enfermidades físicas, denominadas como doenças psicossomáticas. Por conta das quais existe a necessidade da compreensão e compaixão para entender os reais motivos dos sofrimentos.

Concluindo, o sofrimento faz parte da nossa vida, uma vez que tudo existe para ser lapidado. A lapidação do corpo e da alma quando em estado de execução fomenta dores, gera aflições e sensações de desesperos. Lógico que para alguns estes procedimentos são mais tenros e para outros mais desesperadores. Assimilar, aceitar e perdoar traz a melhora, pois são causados por nós mesmos e, o resultado, é a quebra do ciclo do sofrimento.

Preste atenção! Nós nascemos para a compreensão. Dê crédito para o que vem do íntimo e contribua para aliviar o sofrimento do próximo. Só assim estaremos descobrindo o amor escondido nas entranhas da vida. E, nunca esqueça! O amor é o remédio que cura o sofrimento alma.

Rubens Fernandes

www.rubensfernandes.blogspot.com