terça-feira, 29 de março de 2011

Jovens e o Mercado de Trabalho

Há muito tempo tenho procurado entender a cabeça do jovem em relação ao mercado de trabalho e cada vez mais me convenço que a grande massa pensa em emprego e não em trabalho. Vou explicar melhor.
Desde criança aprendemos com nossos pais que temos que estudar para ser alguém na vida, certo? O grande problema é que nossos pais só conhecem ou só nos mostram um caminho: o da escola. Até ai tudo bem, mas quem disse que as escolas e faculdades preparam para a vida profissional? Nada contra essas duas instituições, pelo contrário, eu também saí delas, a diferença é que sempre achei que isso não seria o suficiente pra mim. O fato é que tanto a escola quanto a faculdade preparam seus alunos para serem empregados, a conseguirem empregos em empresas onde o salário é trocado pelo sangue do empregado até a última gota.
Amigos, eu tenho conversado com muitos funcionários de diversos seguimentos e o caos está instalado. Cada vez mais vejo pessoas desencantadas com suas profissões, querendo fazer concurso para ganhar tranqüilidade e segurança, infelizmente a grande maioria é de professores, porém em troca disso abandonam o sonho de serem bem sucedidos profissionalmente. É incrível como há mais e mais pessoas se lixando para suas profissões, parece até que ser funcionário público é viver no paraíso.
Para se ter uma idéia, outro dia conversava com um jovem que iria prestar concurso para guarda municipal. Perguntei a ele seu motivo de fazer esta prova, se era algum desejo de infância de ser policial ou coisa do tipo. Ele me disse que era simplesmente o fato de que teria um salário fixo e que trabalharia um dia e folgaria dois. Resumo da ópera: o emprego para ele tem importância somente os dias de folga e não os de trabalho.
Eu também tenho conversado com jovens que ainda não entraram no mercado e noto como eles estão perdidos. Em cada dez somente dois têm certeza do que querem ser, o restante é por que querem seguir tradição de família, falta de opção ou até mesmo por ser mais fácil entrar na faculdade. Daí eu me pergunto: onde estão os pais e educadores destes jovens? Será que eles não conseguem enxergar que o que está sendo formado é uma turma de “profissionais” medíocres e descompromissados? Entendam que eu não estou generalizando, aqui e ali ainda encontro alguém que vá salvar o mundo, porém é uma grande minoria.
Eu vejo, por exemplo, instituições de ensino formando seus alunos e jogando no mercado sem o mínimo de preparo, de vivência. Muitas destas instituições só se preocupam com fatores financeiros como evasão e a maneira de evitá-la. Ninguém está preocupado como esse jovem vai se portar na selva que é o mercado de trabalho. E quando falo de instituições de ensino não me refiro somente a faculdades e universidades, incluam aí cursos técnicos “profissionalizantes” e cursos de idiomas entre outros.
Caros leitores, a situação é caótica. Enquanto pais e educadores se preocuparem com emprego e não com trabalho, muita gente incompetente e despreparada entrará no mercado e isso é uma bola de neve. A solução? A resposta está em formar empreendedores, pessoas que aprendam a pensar e a buscar soluções. Pessoas que sejam criativas e que se preocupem em sair de crises, que não tenham medo do fantasma do desemprego, pois são boas o suficiente para dar a volta por cima. Abaixo seguem algumas características do indivíduo criativo, veja se você se vê em alguma delas:
- Curioso: Tem o hábito de ler, viajar, fazer contatos, pesquisar...
- Ousado: É capaz de inovar, sair do padrão, fazer acontecer, superar o medo de errar...
- Questionador: Tem capacidade de questionar o “por quê” das coisas;
- Inconformado: Busca constante, com a certeza de que ainda há algo por acontecer.
- Visionário: Tem a visão do amanhã e a crença de que mudanças são possíveis e que podemos nos adaptar.
- Persistente: Capaz de superar fracassos e começar de novo.
- Flexível: Acredita que não existem verdades absolutas, tudo é relativo e depende de cada situação.
- Possui imaginação: Cria imagens mentais e cria seus próprios sonhos.
- Lúdico: Tem capacidade de brincar e se divertir com idéias.
- Possui visão sistêmica: Capacidade para ver e compreender os fenômenos como um todo, percebendo os detalhes e as partes.